
O legado de Antônio Conselheiro pelos versos de Pingo de Fortaleza
Na Mostra Sesc de Culturas Sertão Central, artista mistura canções mais famosas de sua carreira com repertório temático de Canudos
Vai ser um lindo casamento. Mas sem noivo ou noiva, e sim entre dois registros musicais importantes na carreira de Pingo de Fortaleza. No dia 27 de julho, na Praça Matriz de Quixeramobim, o cantor e compositor cearense realiza o show “Relicário de Canudos”, dentro da programação da Mostra Sesc de Culturas Sertão Central. A apresentação combina os repertórios de dois discos do artista: “Centauros e Canudos Redivivos” (2018) e “Relicário de Canções” (2015). Foto: Luiz Alves
Nome de destaque da música popular no Estado, Pingo chegou na Mostra após ter participado do Projeto Sesc Nordeste das Artes, que levou debates e palestras sobre cultura ao Cariri em março deste ano. No mesmo mês, ele também esteve na Semana do Conselheiro Vivo, evento que celebra a memória e o legado do líder de Canudos, Antônio Conselheiro, em Quixeramobim.
Na ocasião, Pingo foi agraciado com a comenda de Antônio Conselheiro, concedida pela Câmara Municipal de Vereadores, por seu trabalho de pesquisa sobre o “profeta do sertão” e a Guerra de Canudos. A proximidade com o tema vem de longe. “Centauros e Canudos” foi o primeiro disco de Pingo de Fortaleza, lançado em 1986.
Na reedição do material, lançada no ano passado, estão canções temáticas como “Centauros e Canudos” (Pingo de Fortaleza e Guaracy Rodrigues), “A História Fará sua Homenagem a figura de Antônio Conselheiro” (Ivanildo Vila Nova), “Aproveite o Dia” e “Cartas para Matilde” (Pingo de Fortaleza e Henrique Beltrão). “Ao vivo, é um trabalho intimista, introspectivo. Por isso gosto da proposta de combinar com ‘Relicário’, que tem uma comunicação mais rápida com o público”, justifica Pingo.
A mistura deve ganhar ainda mais fôlego com a banda que acompanha o artista na apresentação: Mimi Rocha na guitarra (ele também assina a direção do show), Edmundo Júnior no baixo e vocal e Ricardo Pinheiro na bateria e vocal. “Já toco com eles há muito tempo, então a banda chega muito entrosada”, comemora.
“Fiquei muito feliz com o convite e de poder levar a banda”, completa Pingo. O entusiasmo também inclui a possibilidade de trocar experiências com os outros artistas participantes, um dos aspectos mais fortes da Mostra. “É ótimo ver essa articulação para levar a proposta a todo o Ceará e a possibilidade de aprender com outros artistas, com a produção de cada local”, observa ele.
(Reprodução do site da Mostra Sesc de Culturas)